Transtejo "Eborense" – Estaleiros Navais de Viana do Castelo


Ferry operated by Transtejo seen on the Tejo River heading to Lisboa in October 2013. This ferry of the monohull type, named "Eborense" and registered LX-2794-TL, is built in Portugal by Estaleiros Navais de Viana do Castelo ¹ and completed in 1954 with yard number 23. Steel hull and superstructure. It has an overall length of 154.3 ft and can accommodate 346 passengers and 30 vehicles (346+30 v+5). It is equipped with two 364 kW (495 hp) MTU 12V 183 TC91 main engines and two fixed pitch propellers. Top speed is 11 knots. Withdrawn in 1983, the "Eborense" is rebuilt in 1991 and returned to regular service, first between Lisboa (Cais do Sodré) and Cacilhas and then between Lisboa (Belém) and Trafaria, where it remains until 2017.

Despite its historical value, the place it occupies in the hearts of successive generations of commuters and with a robustness and reliability that have not been surpassed by more recent constructions, it was not possible to keep the ferry "Eborense" in Portugal. Donated to Guinea-Bissau in 2023, fully rehabilitated and equipped with a crane, it will sail by its own means to that African country (presumably in 2024), where it will connect Bissau to the Bijagós archipelago (Bissau–Bubaque) and possibly to Gambia (Bissau–Banjul ), renamed "Centenário Amilcar Cabral".

Established in 1975 and based in Lisboa, Transtejo ² operates regular services and occasional services in the estuary of the Tejo River. Here, we see the "Eborense" on the Cacilhas–Lisboa (Cais do Sodré) regular service, a crossing of approximately 1 nautical mile. A few months later, in April 2014, access for vehicles would be transferred to Lisboa (Belém) and Trafaria, with the crossing of approximately 2.2 nautical miles taking place between these two terminals. The name "Eborense", demonym of Évora, pays tribute to this Portuguese city.  


Ferry operado pela Transtejo visto no Rio Tejo a caminho de Lisboa em Outubro de 2013. Este ferry do tipo monocasco, com o nome de "Eborense" e registado LX-2794-TL, é construído em Portugal pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo ¹ e completado em 1954 com o número de construção 23. Casco e superestrutura em aço. Possui um comprimento total de 47,04 m e pode acomodar 346 passageiros e 30 veículos ligeiros (346+30V+4). Utiliza duas máquinas principais MTU 12V 183 TC91 de 364 kW (495 hp) e duas hélices de passo fixo. A velocidade máxima é de 11 nós. Retirado em 1983, o "Eborense" é reconstruído em 1991 e devolvido ao serviço regular, primeiro entre Lisboa (Cais do Sodré) e Cacilhas e depois entre Lisboa (Belém) e Trafaria, onde permanece até 2017.

Apesar do valor histórico, do lugar que ocupa no coração de sucessivas gerações de utilizadores e com uma robustez e fiabilidade que não foram superadas por construções mais recentes, não foi possível manter o ferry "Eborense" em Portugal. Doado à Guiné-Bissau em 2023, totalmente reabilitado e dotado de uma grua, navegará pelos seus próprios meios até àquele país africano (presumivelmente em 2024), onde ligará Bissau ao arquipélago dos Bijagós (Bissau–Bubaque) e possivelmente à Gambia (Bissau–Banjul), rebaptizado de "Centenário Amilcar Cabral". 

Estabelecida em 1975 e baseada em Lisboa, a Transtejo ² opera serviços regulares e serviços ocasionais no estuário do Rio Tejo. Aqui, vemos o "Eborense" no serviço regular Cacilhas–Lisboa (Cais do Sodré), uma travessia de aproximadamente 1 milha náutica. Alguns meses depois, em Abril de 2014, os acessos para veículos seriam transferidos para Lisboa (Belém) e Trafaria, passando a travessia, de aproximadamente 2,2 milhas náuticas, a efectuar-se entre esses dois terminais. O nome "Eborense", gentílico de Évora, presta tributo a esta cidade portuguesa.  


¹  "Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A.R.L.", Viana do Castelo, Portugal, (1944–2015)
²  "TTSL – Transtejo Soflusa" ("Transtejo – Transportes Tejo, S.A." e "Soflusa – Sociedade Fluvial de Transportes, S.A.") 


Transtejo 

Established in 1975 and based in Lisboa, Transtejo operates regular services and occasional services in the estuary of the Tejo River. ●

"Eborense"

Name

Registration

Year

Built

Eborense

--

LX-2794-TL

8966767

--

Estaleiros Navais de Viana do Castelo

1954

#23

Estaleiros São Jacinto

rb1991 ¹


¹  A Transtejo refere no seu sítio a reconstrução em 1991 e a remotorização em 2004, ao passo que a página da Wikipedia (alemã) dedicada aos Estaleiros São Jacinto refere ali a reconstrução em 1989 e a remotorização em 1991, por sua vez baseada no sítio "Navi e Armatori". Luís Miguel Correia, no seu excelente "De Lisboa à Outra Banda" menciona a modernização concluída em 1991 e quatro remotorizações – 1991, 1995, 1999 e 2004 – para além de uma grande reparação efectuada na Navalria (Aveiro) em 2008. Qualquer correcção ou esclarecimento são bem-vindos. Como nota de interesse, suponho que a actual reabilitação esteja a decorrer na NavalTagus (Seixal).



Although it continued providing service until 2017, this was the last time I photographed the "Eborense", in October 2013. A few months later, on April 26, 2014, Transtejo suspended the transport of vehicles between Lisboa (Cais do Sodré) and Cacilhas, proposing an alternative downstream between Lisboa (Belém) and Trafaria, aiming at «the rationalization of operation costs» ³, «the decongestion of the historic urban centers of Almada and Lisboa» ³ and the attraction of new customers in Trafaria, Costa da Caparica, Caparica, Sobreda and Charneca . This was my last image of the "Eborense" sailing on the Tejo River, a legacy of the virtuous Minho naval industry that will soon sail across the Atlantic towards a new continent and a new life. May the people of Guinea-Bissau treat the ship "Eborense" with dignity and affection, as a respectable patriarch who is still vigorous and willing to help. ● 

Ainda que tenha continuado a prestar serviço até 2017, esta foi a última vez que fotografei o "Eborense", em Outubro de 2013. Alguns meses depois, em 26 de Abril de 2014, a Transtejo suprimiu o transporte de veículos entre Lisboa (Cais do Sodré) e Cacilhas, propondo a jusante a alternativa entre Lisboa (Belém) e a Trafaria, visando «a racionalização de custos da operação» ³, «o descongestionamento dos centros urbanos históricos de Almada e Lisboa» ³ e a captação de novos clientes na Trafaria, Costa da Caparica, Caparica, Sobreda e Charneca . Esta foi a minha última imagem do "Eborense" a navegar no Rio Tejo, legado da virtuosa indústria naval do Minho que em breve vai sulcar o Atlântico rumo a um novo continente e a uma nova vida. Que as populações da Guiné-Bissau tratem o navio "Eborense" com dignidade e carinho, como um respeitável patriarca ainda vigoroso e disposto a ajudar. ●


³  "Grupo Transtejo – Relatório de Gestão 2014" 
  Diário de Notícias "Transporte de veículos da Transtejo agora na Trafaria" April 26, 2014 



Até sempre 

Gostava, companheiro de tantas travessias no Tejo com cheiro a diesel e a maresia, embaladas pelo marulhar das águas salpicadas no rosto, pelo crocitar das gaivotas, de te dirigir um último agradecimento. De te fotografar uma última vez, num dia de sol e de memórias. Seria interessante se te deixassem despedir com uma vénia das populações que serviste durante anos. Que te aproximasses do terminal de Cacilhas, cruzando depois o Tejo – numa última carícia – e prosseguisses à vista do Cais das Colunas, do Cais do Sodré, do Padrão dos Descobrimentos e da Torre de Belém, até entrares no Atlântico e virares a bombordo, como as ancestrais caravelas, rumo à costa africana. Sei que esse dia não vai acontecer. Mas se acontecesse, podes ter a certeza de que estaria presente na margem para te acenar, para te dirigir um último agradecimento. Para te fotografar uma última vez, num dia de sol e de memórias. Para te dizer – obrigado e até sempre. E tenho a certeza de que não seria o único.


● References  

Wikipedia | "Transtejo & Soflusa
Wikipedia | "Transtejo & Soflusapt-PT
Câmara Municipal de Ílhavo | "Estaleiros Navais de Viana do Castelo"
Wikipedia | "MTU Friedrichshafen
ShipSpotting | "Eborense"
Transtejo | "Eborense"
Luís Miguel Correia | "Cacilheiros" ISBN: 972-96940-0-1
Luís Miguel Correia | "De Lisboa à Outra Banda" ISBN: 978-972-8536-17-6
Diário de Notícias | "O último ferry tradicional do Tejo pára para revisão... mas volta" Ana Bela Ferreira, January 4, 2017
SHIPS & THE SEA – BLOG dos NAVIOS e do MAR | "Homenagem ao ferry EBORENSE"
Diário da República, 2.ª série | "Portaria n.º 506/2023" 
Transportes XXI | "Ferry-Boats"
Wikipedia | "Ferry"
Wikipedia | "Lisboa"
Wikipedia | "Lisboapt-PT
Wikipedia | "Cacilhas"
Wikipedia | "Cacilhaspt-PT
Wikipedia | "Évora"
Wikipedia | "Évora" pt-PT

1 kg → 2.205 lb avdp 
1 t (metric) – 2204.623 pound (lb) (avdp) 
1 kW → 1,360 hp (metric/PS)
1 kW → 1,341 hp
1 hp (metric/PS) → 0,986 hp
1 km → 0,621 mile (international)
1 m → 3.281 ft 
1 nautical mile → 1.15078  mile → 1,852 km
1 kn or knot → 1.15078 mph → 1,852 km


 The "Eborense" seen in 2024!


The ferry "Eborense" seen in Belém in April 2024 – an absolutely true statement. However, it is important to add that this is a tiny "Eborense", a unique example built to a 1:43 scale by my dear friend, the Portuguese modeler Carlos Correia in the mid-nineties. The result of almost 400 hours of work, the vessel with its hull laboriously formed from fiberglass uses two electric motors powered by 6 v and can sail for around an hour and a half in its current configuration. The interiors are detailed and illuminated and the navigation lights do their job as intended. The vehicles and passengers are commercial models from different sources. An amazing miniature. Here, we surprised her on a beautiful spring morning in Belém, just a few meters from where, for some years, we could see the ferry "Eborense" passing by on its way to Trafaria. In addition to the "Eborense", the "Monte Pragal" or the "Évora", Carlos Correia has so far brought to life in miniature more than fifty "marine creatures", from small boats to complex sailing ships and even an imposing bulk carrier – all meticulously detailed and capable of sailing. ●

O ferry "Eborense" avistado em Belém em Abril de 2024 – uma afirmação absolutamente verdadeira. É todavia importante acrescentar que este se trata de um "Eborense" pequenino, exemplar único construído à escala de 1:43 pelo meu estimado amigo, o modelista português Carlos Correia em meados dos anos noventa. Resultado de quase 400 horas de trabalho, a embarcação com o casco laboriosamente formado em fibra de vidro utiliza dois motores eléctricos alimentados a 6 v e pode na sua actual configuração navegar durante cerca de uma hora e meia. Os interiores são detalhados e iluminados e as luzes de navegação cumprem devidamente a sua função. Os veículos e passageiros são modelos comerciais de diversas proveniências. Uma miniatura espantosa. Aqui, surpreendemo-la numa bela manhã de primavera em Belém, a poucos metros de onde, durante alguns anos, podíamos ver o ferry "Eborense" passar a caminho da Trafaria. Para além do "Eborense", do "Monte Pragal" ou do "Évora", Carlos Correia deu até agora vida em miniatura a mais de cinquenta "criaturas marítimas", desde pequenos botes a complexos veleiros e até a um imponente navio-graneleiro – todos meticulosamente detalhados e aptos a navegar. ●




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