Turisbuilding "Évora" – Friedrich Krupp Germaniawerft


Tour boat "Évora" operated by Turisbuilding seen on the Tejo River in May 2014. This is a former ferry built in 1931 by Friedrich Krupp Germaniawerft, Kiel, yard number 520, placed in service in the same year by Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses and used on the Tejo River in the connection between Lisboa (Terreiro do Paço) and the Barreiro e Sul e Sueste train station. It has an overall length of 119.8 ft ¹ and can accommodate 690 passengers ² (690+8). It uses two 186 kW (250 hp) main engines and two fixed pitch propellers, reaching a top speed of 13 knots. It remains in service until 1975, being offered for sale in 1979. It is since then successively owned by Tertejo, Catamar, and Turisbuilding, which, based in Setúbal, operates the "Évora" already reconditioned as a tour boat until 2017. It is then acquired by Seaventy, based in Lisboa. In its 2020 configuration it can accommodate 240 passengers and is available for a wide variety of events and activities.

Based in Lisboa, Seaventy operates cruises on the Tejo River with an eclectic fleet, including sailboats and luxury yachts. Here, we see the "Évora" sailing the Tejo River on a somewhat windy day, powered by two 134 kW (180 hp) Detroit Diesel main engines.The name "Évora" pays tribute to this historic city, located in the Alentejo region, southern Portugal.


Barco turístico "Évora" operado pela Turisbuilding visto no Rio Tejo em Maio de 2014. Previamente um ferry construído em 1931 pelo Friedrich Krupp Germaniawerft, Kiel, número de construção 520, colocado em serviço no mesmo ano pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e utilizado na ligação entre Lisboa (Terreiro do Paço) e a estação ferroviária Barreiro e Sul e Sueste. Possui um comprimento total de 36,53 ¹ e pode acomodar 690 passageiros ² (690+8). Utiliza duas máquinas principais de 186 kW (250 hp) e duas hélices de passo fixo, alcançando uma velocidade máxima de 13 nós. Permanece em serviço até 1975, sendo colocado à venda em 1979. É a partir daí sucessivamente propriedade da Tertejo, Catamar, e Turisbuilding, que, baseada em Setúbal, opera o "Évora" já recondicionado como barco turístico até 2017. É então adquirido pela Seaventy, baseada em Lisboa. Na sua configuração de 2020 pode acomodar 240 passageiros e encontra-se disponível para uma ampla variedade de eventos e actividades.

Baseada em Lisboa, a Seaventy opera cruzeiros no Rio Tejo com uma frota ecléctica, incluindo veleiros e iates de luxo. Aqui, vemos o "Évora" a navegar no Rio Tejo num dia algo ventoso, propulsionado por duas máquinas principais Detroit Diesel de 134 kW (180 hp). O nome "Évora" presta tributo a esta cidade histórica, localizada na região do Alentejo, sul de Portugal.


¹ At least one CP technical description gives the total length as 127.6 ft. ● Pelo menos uma descrição técnica da CP dá o comprimento total como 38,88 m.

² At least one CP technical description states 690 passengers in "good weather" and 184 in "bad weather". A contemporary Gazeta dos Caminhos de Ferro article announces a capacity, in unspecified circumstances, for 400 passengers. ● Pelo menos uma descrição técnica da CP indica 690 passageiros em "bom tempo" e 184 em "mau tempo". Um artigo contemporâneo da Gazeta dos Caminhos de Ferro anuncia uma capacidade, em circunstâncias não especificadas, para 400 passageiros.


Turisbuilding→Seaventy

Based in Lisboa, Seaventy operates cruises on the Tejo River with an eclectic fleet, including sailboats and luxury yachts. ●

Name

Registration

Year

Built

Évora

--

L 2267 TL

S-111-AL

--

Friedrich Krupp Germaniawerft

1931

#520

rb2004


Further details or corrections are welcome. | Mais detalhes ou correcções são bem-vindos.




Suspiro

É algo que vem com a idade, a nítida percepção de que nada dura para sempre, de que a dolorosa perda daquilo que amamos é inevitável – se vivermos o suficiente. É algo que começa, assim, como um vento que graciosamente agita as águas e antecede a tempestade – as memórias. Da Lisboa que tanto amei, lembro-me de quase tudo, dos sons e dos cheiros que mudavam a cada estação, das incontáveis lojas e lojinhas de vão de escada, das pastelarias e cafés que habitavam cada rua, das carrocinhas que vinham à Praça da Figueira vender fruta, das carrinhas brancas a verter água que vinham ao Largo de São Domingos vender peixe fresco, das castanhas quentes embrulhadas em papel de jornal, a anunciar o Outono, dos feirantes que vinham ao Martim Moniz vender perus vivos, no Natal. Dos ardinas e dos cauteleiros, dos engraxadores a fazer estalar a camurça sobre os sapatos, dos amoladores, dos guardas-nocturnos e dos polícias-sinaleiros. Das pessoas, lembro-me, sobretudo, das pessoas. De cada rosto e de cada vida – de cada história que em miúdo pedia para me contarem. E lembro-me do Tejo, do cheiro a maresia, do peixe a chegar à Ribeira pela manhã e das varinas, das tardes passadas com os companheiros de escola no Cais da Rocha do Conde de Óbidos, a ver navios. Lembro-me do Tejo, das incontáveis travessias-aventuras, de cada um dos seus barcos.

Os meus favoritos são o "Évora", o "Nacional" e o "Porto Brandão". Há neles, particularmente nos dois primeiros, um sentido de elegância e de espaço, no "Évora" também uma certa solenidade de tempos idos que jamais volto a encontrar. E cada travessia é uma emoção. O "Nacional" é como um daqueles móveis enormes que encontramos nas casas dos avós, imponente, cheio de gavetas e de mistérios. O "Porto Brandão", ouço várias vezes dizer no cais, nunca falha, por maior que seja a tormenta. Nele, durante a travessia, escapo-me para junto da porta aberta da casa das máquinas e ali fico a ver a hipnótica dança das válvulas, a ouvir o seu staccato inebriante. Por fim, volto para junto dos meus pais a tresandar a vapores de gasóleo, o meu pai sorri por breves instantes, o meu sorriso, esse, persiste um pouco mais. O "Nacional" e o "Porto Brandão" já não existem. Resta apenas o "Évora". Infelizmente, muitos dos seus elegantes detalhes já se perderam. Talvez até o seu cheiro a madeiras e maresia. Mas com alguma imaginação, ao vê-lo deslizar pelo Tejo, Lisboa ao fundo e o céu pintado a aguarela, há memórias que se reavivam. E um suspiro que se deixa escapar, assim, levado pelo vento que graciosamente agita as águas



Depois de referir o "Nacional" no texto acima, alguns leitores manifestaram interesse em lhe conhecer a esquiva figura. Todavia, e apesar de inúmeras oportunidades, nunca o fotografei. Felizmente, o amigo José Luís Covita teve a gentileza de corrigir esse lapso e de ceder para publicação este seu registo do "Nacional", no Seixal, num belo dia de Inverno, em Dezembro de 1995. Decerto, um dia feliz. ●


 The "Évora", graceful on any scale.


Functional miniature laboriously built by Carlos Correia in 1:43 scale. Carlos Correia has so far brought to life in miniature more than fifty "marine creatures", from small boats to complex sailing ships and even an imposing bulk carrier – all meticulously detailed and capable of sailing. ●


Miniatura funcional laboriosamente construída por Carlos Correia na escala 1:43. Carlos Correia deu até agora vida em miniatura a mais de cinquenta "criaturas marítimas", desde pequenos botes a complexos veleiros e até a um imponente navio-graneleiro – todos meticulosamente detalhados e aptos a navegar. ●





A few yards from the Tejo River, the graceful figure of the "Évora" reflecting the sun that awakens Lisboa. ● A poucos metros do Rio Tejo, a graciosa figura do "Évora" reflectindo o sol que desperta Lisboa.


Check it out here (at the end of the article), the "Eborense", another amazing miniature by Carlos Correia.


● References

CP – Direcção de Material | "Navio Motor Évora" 
Gazeta dos Caminhos de Ferro Nº 1060, 1932-08-16 | "O novo “ferry-boat” Evora"

1 kg → 2.205 lb avdp 
1 t (metric) – 2204.623 pound (lb) (avdp) 
1 kW → 1,360 hp (metric/PS)
1 kW → 1,341 hp
1 hp (metric/PS) → 0,986 hp
1 km → 0,621 mile (international)
1 m → 3.281 ft 
1 nautical mile → 1.15078  mile → 1,852 km
1 kn or knot → 1.15078 mph → 1,852 km

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